Sobre Televisão
As novelas da Gloria Perez sempre dão boa audiência, ela
seleciona temas de atualidade e faz uma mistura atrativa. E como escreve
sozinha não pode ser abundante nos textos. Resultado, os diretores precisam
armar as cenas mais longas e silenciosas, e os atores enfrentam o desafio de
lances mais arrastados e closes de
cinema. Nessa perspectiva o núcleo da Estudantina ganha destaque acima do que
seria esperado se fosse apenas parte da pontuação da montagem. A estruturação dramática é simplória e
previsível, os recursos ao rodízio e ao bordão aproximam a novela do Zorra Total. Mas se tá dando certo, pra
que discutir com o ouvinte? 03\09\17
A dança está sub
representada na televisão brasileira. Por isso se deve saudar a dança dos
famosos (muitos não tão famosos) no Faustão. O duro é ter de suportar o Faustão
muito acima nos decibéis, certamente com microfone especial. Ele podia nos
poupar de ter de estar ajustando o volume a cada cena. 09\17
A autora da novela das nove da TV Globo abusa das licenças
poéticas e dos artifícios para dar sequência à sua comédia dramática. Se um
fiscal do trabalho visitar a novela vai estranhar suas empregadas domésticas
trabalhando 24 horas, dia e noite. O casal vai dormir e elas continuam atentas
aos patrões. 28\09\17
A propósito das novelas
07\10\17
Está próxima de encerrar-se mais uma novela das nove da Globo e religiosamente se apronta uma nova aposta que se espera vai concentrar a atenção da família brasileira como atração doméstica noturna, que embala o trânsito entre mais um dia de trabalho, ou de esforço dramático de busca de um trabalho, e o sono reconciliador para manter o ciclo cotidiano vital.
A satisfação que parece ter sido
obtida com a presente atração sustenta a expectativa de carregar a audiência
para uma próxima. Sem dúvida a novela
das nove, com maior ou menor êxito, tem sido o alimento familiar das noites do
brasileiro nos últimos quarenta anos, sem erro, ou com poucos erros. Quase dava para afirmar que pouco importa o
tema, o que garante o sucesso é o horário estratégico consequente da rotina
secular da vida urbana, que obriga o descanso após a jornada de trabalho. Isso dito é forçoso admitir que a novela da
Globo tem alguma coisa mais que consegue manter um atrativo que impede que
novelas de igual calibre em outros canais tomem corpo, o que só aconteceu por
um tempo na época da Manchete. Parte se deve ao que se chama de programação,
uma atração segura a outra, mesmo com a disponibilidade do controle remoto.
Acho que também por conta de certa agilidade e leveza no tratamento dos temas e
desempenho dos atores, quase sempre puxado por meia dúzia de estrelas, atores e
atrizes do gosto popular, celebridades formadas na cadeia de programas (de novo
a programação). O custo multilateral de sair de noite também pode pesar.
Da novela atual e sua suposta
audiência, como já comentei anteriormente, cabem algumas observações: do ponto
de vista da dramaturgia a novela é bem simplória, repetitiva, com forte apelo à
licença poética e manipulação
ardilosa dos fatos para criar suspense. Mas como folhetim ela é exemplar, simplificando as tramas, exagerando nas
coincidências, jogando com as expectativas, e provocando acintosamente o expectador,
sem compromisso com a consistência interna da narrativa. E sobretudo dando um
tratamento leve, quase de humor a todas as cenas. Praticamente todos os
personagens assumem certo tom de humor, mesmo nos momentos mais dramáticos.
Fora o uso de recursos do gênero como bordões e rodízio das tramas. Nesse
sentido a autora mostra mais uma vez o pleno domínio do instrumento e a
telenovela acumula mais um êxito como distração das noites da família
brasileira. Ponto para a Globo.
A atual novela das nove da TV Globo excede no trato de minorias injustiçadas. E falta humor. 14\11\17
Jornal da Band
O Jornal da Band é o
melhor da noite e tem o melhor âncora, Boechat, que é ainda comentarista
recomendado. Mas é desagradável de ser visto porque a quantidade de anúncios é
absurda. Seria que Boechat usasse o seu prestígio para moderar o tempo de
propaganda? Uma pena. 14\10\17
Até pouco tempo o Jornal da
Band era o melhor telejornal da noite no Rio. Perdeu identidade e se tornou uma
geleia geral. Os intervalos são imensos o que prejudica o ritmo do jornal
propriamente e se torna insuportável, um convite para trocar de canal, As
matérias jornalísticas são poucas, a maioria é matéria de arquivo, sem
atualidade e a narração é em off e sem personalidade. Não têm diferença de
tonalidade com os anúncios e não se percebe bem os cortes entre propaganda e
telejornal. Uma pena. 21\03\18
Milton JB Sobreiro Há anos atrás, propus uma atividade de pesquisa, a alunos do Ensino Médio, sobre telejornais. Marcamos o mesmo dia e cada grupo gravou um telejornal de uma emissora. Após análise doa tempos usados para cada uma, a produção e a profundidade empregada ao assunto, os alunos chegaram à conclusão de que o Jornal da Band era o melhor, seguido pelo da Cultura, na época com o Heródoto Barbeiro como âncora... o JN foi o pior, na opinião dos alunos de uma escola particular
Milton JB Sobreiro Há anos atrás, propus uma atividade de pesquisa, a alunos do Ensino Médio, sobre telejornais. Marcamos o mesmo dia e cada grupo gravou um telejornal de uma emissora. Após análise doa tempos usados para cada uma, a produção e a profundidade empregada ao assunto, os alunos chegaram à conclusão de que o Jornal da Band era o melhor, seguido pelo da Cultura, na época com o Heródoto Barbeiro como âncora... o JN foi o pior, na opinião dos alunos de uma escola particular
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