Da Política
O mau
comportamento com a coisa pública depende de bons exemplos de uma suposta
elite, ou de pessoas famosas que formam opinião. E é isso que nos falta. Quando
Lula no auge de seu prestígio passava a mão nas costas dos políticos corruptos
que ele queria cooptar, ele estava passando também uma mensagem para o povo que
o admirava. Faltam-nos exemplos de virtudes públicas. Alguns poucos casos
ocorreram com pessoas pouco comunicativas, sem redes multiplicadoras, como o
gaúcho e franciscano Pedro Simon. FHC poderia ter sido esse ícone, mas lhe
faltava simpatia do povão. Lula com FHC poderiam ter mudado o país, mas não
completaram o perfil necessário para a tarefa. Ainda estamos faltos dessas
figuras virtuosas com sentimento cívico iluminado e agregador. Quem sabe um dia
a sorte nos bate à porta? 17agosto 17
Os políticos perderam
o pudor, se algum dia tiveram. Mas temos de fazer alguma coisa.É claro que as
passeatas, paneladas, protestos em rede, nada disso teve resultado, estamos
navegando na mesma merda. Será que não vamos impedir essa mamata que estão
armando no congresso, depois da que acabaram de perpetrar? Já não temem
(temer?) nada. 16 08 17
As contradições
entre a população e as autoridades já chegaram a limites insuportáveis que no
Século IXX terian gerado uma revolução. Nos dias de hoje... Desculpe, Cris, eu
queria dizer que somos impotentes e nunca fizemos nenhuma revolução, nem a
francesa, que foi da burguesia.
Como tem acontecido com frequência os
argumentos financeiros do governo são absolutamente falaciosos. Quando apontam
os déficits da previdência não consideram que a geração da riqueza é atualmente
apropriada por uma minoria de bilionários e a distribuição é consequentemente
viciada. Os argumentos consideram apenas que o número de trabalhadores, que vai
sendo reduzido pelo avanço tecnológico, não poderá dar conta dos gastos com o
pagamento dos aposentados quando o que deve ser considerado é a crescimento da
própria riqueza do país. É um caso de notória falácia ecológica como diria
qualquer bom metodologista. 11 08 17
Não foi, no mínimo,
prudente a nova procuradora-chefe visitar Temer, que poderá ser objeto de suas
decisões no futuro. Parece que o país perdeu o bom senso e mergulhou direto na
insensatez, que aliás rege boa parte da história universal.
A trágica ironia é que
os famigerados deputados se sentem agora obrigados a votar a apressada reforma
da previdência para provar que tinham de manter Temer para levar adiante as
"necessárias" reformas.
07 08 17
É duro conviver com
autoridades (sic) e dirigentes públicos sem formação, sem vontade política, sem
visão de estado e de interesse público. Que futuro podemos esperar dessa corja
de mandatários da vida nacional? As novas gerações já chegam cooptadas para
manter seus privilégios e tudo fica como antes no quartel de Abrantes. Se
alguém sabe cono mudar isso tem o dever de anunciar e o direito de receber
o 06
08 17
Nosso país, por falta
de sólidos princípios compartilhados pela população, convive com falsas
concepções morais e argumentos justificativos para a legitimação de crimes,
pilantragens e malandragens. Uma delas é a tal governabilidade, que todos os
partidos praticam. Significa ignorar vícios e crimes de colarinho branco em
nome da suposta necessidade de manter a governabilidade. Acabamos de assistir
algo assim: não importam os eventuais crimes de corrupção do Sr Temer porque
é preciso seguir adiante com a aprovação das
reformas e manter a governabilidade do país. Na verdade se trata de esconder a
velha prática dos privilégios de classe, do empreguismo, do patrimonialismo e
tantas outras falácias nacionais. Fica difícil evoluir com a democracia e os
princípios de igualdade de direitos, faltam bons exemplos de boa prática que
pudessem servir de base para os mais jovens e as novas gerações. Como vamos
conviver com pelo menos 263 deputados que supostamente nos representam no
Congresso para fazer o que fazem? Que merda de país é esse? Como sair dessa
armação viciosa? Cartas para a redação...
03 08 17
Como pode que um
problema jurídico (corrupção) seja resolvido por decisão política? Algo grave
está errado no reino da Dinamarca.
02 08 17
Tenho acompanhado com
atenção a quantidade de análises dedicadas a entender nossa realidade política
contemporânea, todos condenando o estado de coisas, mas ainda não vi uma
proposta lúcida e viável de saída desse pântano. A maioria das sugestões e são
poucas, cai na ingenuidade da militarização ou do convencimento das elites.
Continuo atrás de um milagre. 23 07
17
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