segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

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Política:
Antes que me rotulem, os que me conhecem sabem que não tenho compromissos políticos partidários, considero-me um socialista utópico e um crítico das democracias de fachada.Não sou anti-petista, mas simpatizante do PT original, antes do desvio de rota. Sou crítico do PSDB, não preciso comentar essa coisa que chamam de PMDB. Não sou ingênuo em política, e não me empolgo com falsas ilusões. Uso com frequência os métodos de aferição praticados pela ciência social, em particular pela ciência política.

Gente, não há nenhum mistério no fenômeno do “mensalão” e outros similares. Quando estávamos na universidade e fazíamos política estudantil desenhávamos muitos projetos de poder e sempre partíamos do princípio de que teríamos de usar a corrupção intestina da burguesia como única forma de chegar lá. Então era encontrar o caminho para usar a corrupção “deles” como instrumento para chegarmos lá. Ou seja, os fins justificariam os meios, nossos fins eram “justificáveis”, usar o poder para eliminar as distorções do sistema burguês, combater a pobreza, a desigualdade, promover uma sociedade igualitária, mais justa.                                                                                                        O que não deu certo? Bom, apesar de abrir os francos para o PT chegar lá, exigiram “uma carta” que foi cumprida a risco por Lula. Houve todo tempo dois governos, o de Meirelles para o andar de cima e o de Lula para o andar de baixo (agradeço ao Helio Gáspari). Meirelles doou um pedaço do cofre para Lula fazer sua gestão de baixo, desde que não tentasse tocar no andar de cima, que não era a praia de Lula. Toda vez que Lula tentava beliscar o andar de cima, uma dessas agências fajutas de risco concedia mais um crédito para Meirelles, e isso era uma advertência para Lula (podem fazer a verificação com os dados existentes e vão comprovar essa correlação, eu a segui de perto).                 O que houve então? O desgaste do poder, a facilidade do modelo que deu muito certo por um tempo. Foi esquecido que o segredo tinha de ser confiado com o outro lado, que não tinha as mesmas convicções. O facilitário contagiou todo tipo de espertezas e saiu do controle.
                                                                                                                                                                   O Bolsa Família é um programa comum a qualquer partido da direita. Ele não toca no eixo estrutural da economia do sistema. Ele foi concebido, no seio do PSDB, como recurso provisório e meio para promoção da incorporação do pobre ao mercado. O PT eternizou a pobreza com fins eleitoreiros. Se o PT fosse um verdadeiro partido de esquerda teria feito uma revolução na educação e promovido o desenvolvimento microrregional como forma de integração social do povo do bolsa-família. Não dá para desculpar o PT com a perda da maior oportunidade que teve um partido de esquerda no país.

No Brasil Inês é morta! Foram 12 anos perdidos de PT sem investimentos e com gastos gigantescos (corrupção, subsídios etc) irresponsáveis. Dá tristeza ver a desqualificação dos dirigentes. O Brasil era para ser uma grande Veneza, com canais de comunicação entre as grandes bacias hidrográficas, uma fartura d'água. 
Os neologismos petistas: O PT não privatiza, concede; não faz cortes trabalhistas, faz correções; não aumenta impostos, contrata especialistas para fazer isso. Muito distante do que pretendeu ser um dia.

Podemos ser a favor ou contra a pena de morte, mas uma lição é certa: as penas são para serem cumpridas, reduções progressivas da pena precisam ser melhor discutidas, bom comportamento que não devolve o dinheiro roubado é pura brincadeira, malandragem jurídica. A Justiça é um instrumento de acomodação.

O PT cometeu um abuso que nem o PSDB foi capaz de fazer, cortou ao meio a pensão das viúvas, sem analisar as diferentes situações que as envolvem. Aliás, o PT nunca enxergou o problema dos aposentados, nunca nesse país fez parte de sua agenda.
Muito sintomaticamente a mídia se calou, como os petistas, sobre o criminoso corte das pensões das viúvas e viúvos.  A mídia não cita nem por descuido o corte do PT nas pensões das viúvas, ao contrário, discretamente festeja. O que nos autoriza dizer que o PT e a direita  estão mais uma vez de braços dados. No recente discurso de posse Dilma se refere a "desvios", eufemismo puro. E segue afirmando que não vai tocar na previdência. 

O PT mostra a cara e anuncia, depois de aumentar descaradamente todos os salários em cadeia para a burocracia do governo, nas três áreas, corta a pensão da família de classe média e baixa da população brasileira. Nas grandes heranças não toca, do freio à corrupção não fala nada, dos 39 ministérios não corta nada. E tem petista que continua acreditando que o PT não mudou e que é de esquerda. Não existe esquerda no país, pelo menos não o PT. O PT foi incompetente, mas não paga ele mesmo o preço de sua incompetência.

É grave! Se o PT recebeu mais 200 milhões por fora, as eleições foram injustas e ilegais, há um grave crime eleitoral.
Jogada do PT de longo prazo. Lula volta em 2018 como oposição para consertar as coisas! Volta como salvador da pátria, opositor "a essa louca, que ninguém sabe quem colocou ali."

Nosso país precisa fazer uma reforma institucional e uma grande campanha de recuperação cultural e moral. Precisa também fazer uma revolução educacional. Mas onde estão as forças políticas com poder e legitimidade para conduzir um processo desse perfil e porte?